Pelo Rev. Ewerton B. Tokashiki
O terceiro mandamento ensina que não podemos tratar com leviandade tudo que se refere ao nosso Deus. Quando Ele advertiu o Seu povo ordenando “não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão, porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20:) recebemos a ordem de não blasfemar, ou não brincar com o que procede de Deus. O Catecismo Maior de Westminster comentando as suas implicações declara que esta ordem “exige que o nome de Deus, os Seus títulos, os atributos, as ordenanças, a Palavra, os sacramentos, as orações, os juramentos, os votos, as sortes, as Suas obras e tudo pelo qual Ele se dá a conhecer, sejam santa e reverentemente usados ao se pensar, meditar, falar e escrever; mediante uma santa profissão de fé e um viver digno, para a glória de Deus e o bem de nós mesmos e dos outros.”[1] Este mandamento se aplica de modo direto a algumas situações como 1.O uso desvalorizado dos nomes de Deus, de modo fútil, desautorizado, irrefletido e desnecessário; 2. A invocação do Seu nome numa falsa ou corrompida forma de adoração; 3. Recorrer ao Seu nome para apoiar uma mentira; 4. Frontalmente zombar de Deus.
Toda irreverência em relação a Deus é pecado! Éalgo muito perigoso brincar, fazer piadas e mencionar de forma irreverente eirresponsável o nome ou as obras de Deus. Às vezes, ouço crentes fazendo piadasque ridicularizam ao SENHOR ou, mais especificamente de Jesus, fazem paraentreter pecadores com o santo nome do Todo-Poderoso. Como é comum quepecadores corram inconseqüentemente, onde os anjos até mesmo temem pisar! Paulonos adverte afirmando que “não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porquetudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6:7).
Quando pais contam piadas desta espécie diante dosseus filhos, eles estão ensinados a serem blasfemadores. Conseqüentemente, comdificuldades estas crianças, adolescentes, ou jovens se comportarão nos cultos,que é o ajuntamento solene do povo de Deus, com reverência necessária. Brian H.Edwards observa que “a nossa adoração também mostra o que pensamos do nossoDeus e, sendo que a adoração sincera a Deus é a culminação da existênciahumana, a adoração blasfema é o ponto mais baixo que um homem ou uma mulherpode chegar.”[2] Mas, aquilo que fazem nas reuniões nada mais é do que reflexodo culto a Deus prestado no seu dia a dia. Assim, podemos imaginar com tristezano coração como é o relacionamento diário, e qual a seriedade com que vivem oevangelho de Cristo em cada momento de suas vidas.
Não poucas pessoas, sem peso de consciência, fazemseus votos e juramentos sem calcular as conseqüências, simplesmente apelandopara o nome de Deus. A Escritura diz que devemos ser conhecidos pela nossaseriedade e firmeza de convicção, de modo que a nossa palavra seja confiável. Onosso “sim” deve significar “sim”, e o nosso “não” realmente deve ter oabsoluto sentido de “não” (Mt 5:37). Não é pecado jurar ou fazer votos quandosomos exigidos pelas autoridades instituídas por Deus, mas não podemos recorreraos juramentos de modo tão irresponsável, ou em situações em que sãodesnecessários. O nome de Deus somente deve ser invocado para ser testemunha doque dizemos ou fazemos, quando o nosso testemunho é insuficiente e a glória deDeus é ameaçada de escândalo (1 Ts 2:5 e 10).
É possível blasfemar duas vezes numa mesmarelação. Se já não bastasse o uso indevido, ou imoral de um dos nomes de Deus,há uma situação relativamente nova na desobediência deste mandamento, me refiroao vício de linguagem no uso de alguns dos nomes de Deus, que em geral, cristãose ateus mencionam o Seu nome sem realmente pensar nEle. J. Douma denuncia que“as pessoas mencionam a Deus, todavia, sem pensar realmente nEle. Na Bíbliamaldizer tinha um significado religioso, mas na atualidade maldizer está tãosecularizado que as pessoas utilizam a palavra ‘deus’ sem pretender nada dizercom ela. Para a maioria das pessoas que assim fazem, Deus está morto, alguémcontra quem não se pode insultar.”[3]
Ninguém pode por descuido desrespeitar Àquele queé fonte de toda autoridade, ignorando momentaneamente que ofender a Deus comzombarias provoca a Sua santa ira. A sentença sobre este pecado está declarada“o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão”. Estas coisasforam escritas para que não pequemos, entretanto, se loucamente ofendermos areputação de Deus, devemos urgentemente recorrer com sincero arrependimento econfessar o nosso pecado, pela intercessão dAquele que tem o nome sobre todosos nomes (Fp 2:9-11). Assim, diante do mau uso do nome do Senhor, devemos recorrerao seu nome, para que sejamos perdoados com misericórdia, “porque todo aqueleque invocar o nome do Senhor será salvo” (Rm 10:13).
A nossa língua deve se mover com santo temor. Aoorarmos a Ele, ou ao falarmos dEle diante ou para as pessoas, seja o nossocoração cheio de reverência e do prazer desta íntima comunhão, por meio deCristo, de modo que, “não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e simunicamente a que for boa para a edificação, conforme a necessidade e, assim,transmita graça aos que ouvem” (Ef 4:29).
NOTAS:
[1] Catecismo Maior de Westminster, perg/resp. 112
[2] Brian H. Edwards, LosDiez Mandamientos para hoy (Ciudad Real, Editorial Peregrino, 2000), pág. 146
[3] J. Douma, LosDiez Mandamientos – manual para la vida Cristiana (GrandRapids, Libros Desafío, 2000), pág. 105
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