quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A Antítese da vida cristã.


"O Cristão verdadeiro é uma pessoa estranha em todos os sentidos. Ele sente um amor supremo por alguém que ele nunca viu; conversa familiarmente todos dos dias com alguém que não pode ver; espera ir para o céu pelos méritos de outro; esvazia-se paa que possa estar cheio; admite estar errado paa que possa ser declarado certo; desce para que possa ir paa o alto; é mais forte quando é mais fraco; é mais rico quando é mais pobre; mais feliz quando se sente pior. Ele morre para que possa viver; renuncia paa que possa ter; doa para que possa manter; vê o invisível, ouve o inaudível e conhece o que excede todo o entedimento."


A. W. Tozer

sábado, 23 de outubro de 2010

SALMODIA EXCLUÍDA



Degeneração do culto a Deus

Madson M. Silva
“Ninguém é capaz de cantar algo digno de Deus, exceto aquilo que recebemos Dele” ¹
Não é meu interesse, dissertar ou falar sobre salmodia exclusiva. Esta batalha não é nova. Especialmente no contexto histórico Escocês e entre embates calvinistas nos séculos XVIII e XIX, quando algumas igrejas reformadas introduziram o uso de hinos no culto. Já em 1536, João Calvino havia demonstrado seu desejo de que se cantassem os Salmos nas reuniões públicas da congregação. Nos “artigos sobre a orientação do culto público”, que foram estabelecidos em Genebra em 16 de Janeiro de 1537, diz:
“O segundo Ponto se refere aos Salmos. Desejamos que se cantem na igreja, segundo o exemplo da igreja primitiva e o mesmo testemunho do apóstolo Paulo, que nos diz ser nosso dever cantar com a boca e o coração nas reuniões congregacionais. Não nos daremos conta do proveito e edificação que se supões até que o tenhamos experimentado. Pois, falando a verdade, nos cultos que temos agora, as orações dos fiéis resultam tão frias que deveriam produzir em nós rubor e vergonha. Os Salmos nos impulsionarão a elevar nossos corações a Deus e despertarão poderosamente nosso fervor para invocá-lo e glorificar Seu nome com todo louvor. Nos daremos conta de quanto bem e consolo têm privado a igreja do Papa e seus seguidores ao dedicar os Salmos, que são cânticos espirituais, a um mero sussurro entre eles, de forma não inteligível”²
A minha preocupação reporta ao contexto reformado brasileiro. Onde um extremo não bíblico estar sendo vivenciado. É claro, que opiniões provavelmente, continuarão a existir e a divergirem sobre a persuasão dos argumentos para o uso exclusivo dos salmos para o cântico no culto público. O problema é que salmodia incluída não é mais parte do nosso culto ao Senhor.
Porém, é vergonhoso observarmos, igrejas reformadas em cultos público (santas convocações) cantarem só hinos numas espécie de hinódia exclusiva -“Solus Hinus”. Não devemos nos esquecer que, cantar salmos, além de fazer parte do culto público é uma exortação paulina (e.g. 1Co. 14.26; Ef. 5.19; Cl. 3.16). Como também, nosso Amado Salvador cantou salmos (Mt. 26.30 cp. Sal. 113-118). Não deveríamos, pelo menos seguir as suas pisadas neste singelo exemplo?
Desprezar o cântico dos salmos no culto a Deus é falta de sabedoria! Parece-me, que a figura do Bezerro de ouro, não só fascinou os Israelitas, mas, está adentrando em muitas liturgias ditas reformadas. Liturgias, que primam pelo belo (Estética Cultual), pelo Hedonismo (Prazer no Sensitivo), pela extravagância e pelo ouro. Muitos, já abraçaram potencialmente os princípios (se é que existe?) dos cultos (se é, que é culto?) dos ajuntamentos neopentecostais. Onde o marketing, a publicidade, o triunfalismo, a confissão positiva, a teologia da prosperidade é o lema. Onde o bezerro de ouro é preferível ao Cristo da manjedoura!
Ainda mais, tudo isso embalado de forma absurda e antibíblica com a ressurreição do ministério levítico participando das ministrações de louvores, acompanhado e expressado pelas evangeliquetes que dançam. Muitas delas, exibindo em seus corpos toda a sensualidade que é transmitida por seus movimentos e vestimentas aerobicais.
Mas, você pode pensar e dizer, na minha igreja ainda não tem tal prática? Que bom! Então, por que não lutarmos por uma inclusão, por uma prática do cântico dos salmos? Por que, não se fala mais em cantar salmos, em nossos cultos?
Minha observação e denúncia, é que seja resgatada a prática no culto publico de se cantar salmos também! Alguns, na luta contra a salmodia exclusiva se esquecem e lançam o bebê com água limpa fora.
Pense nisso!
No culto público onde congrego é cantado os salmos? Ou tal prática saudável já foram excluídos?
Que o Senhor, Edifique e fortaleça a cada dia a Sua igreja através de uma reflexão neste assunto importante. - A inclusão dos salmos no culto público ao Senhor Deus!



Confissão de fé de Westminster – Capítulo XXI/V
DO CULTO RELIGIOSO E DO DOMINGO
A leitura das Escrituras com o temor divino, a sã pregação da palavra e a consciente atenção a ela em obediência a Deus, com inteligência, fé e reverência; o cantar salmos com graças no coração, bem como a devida administração e digna recepção dos sacramentos instituídos por Cristo- são partes do culto comum oferecidos a Deus, além dos juramentos religiosos; votos, jejuns solenes e ações de graça em ocasião especiais, tudo o que, em seus vários tempos e ocasiões próprias, deve ser usado de um modo santo e religioso.
Textos para serem estudados: Ef. 5.18-19; Cl. 3.16; Tg. 5.13; At. 16.21,25; Ap. 1.3; II Tm. 4.2; Tg. 1.22; At. 10. 33; Hb. 4.2; Mt. 28.19; Dt. 6.13; Ne. 10.29; Ec. 5.4-5; Jl. 2.12; Mt. 9.15.

1. Stº Agostinho, em Confissões
2. João Calvino, As Institutas da Religião Cristã, III, XX
3. Revista Os Puritanos, Os Hinos do Povo de Deus, Ano XIII, Nº 1; 2005.
4. Confissão de fé de Westminster – Capítulo XXI/V;Ed. Casa Editora Presbiteriana, SP. 1991.

domingo, 3 de outubro de 2010

Oração pelo Destino do Brasil


Senhor Todo-Poderoso,

Humildemente nos dirigimos a Ti para rogar em favor de nossa nação.

Te agradecemos por vivermos num regime democrático, onde temos a oportunidade de eleger nossos governantes e representantes. Todavia, somos uma democracia jovem. Como um pássaro criado na gaiola, que uma vez solto, vôa desengonçado, deixamos a tutela de uma ditadura militar e ainda estamos apredendo a votar. Em pouco mais de vinte anos de democracia, já apanhamos tanto, Senhor. Deixamo-nos enganar pela aparência de quem se apresentava como “caçador de marajás”. Depois fomos às ruas pedir sua cassação. Fomos governados por um intelectual respeitado no mundo inteiro, e em seguida, por um operário que encarnou os sonhos das massas. Ambos tiveram dois mandatos. Ambos acertaram, mas também cometeram seus equívocos. Alianças duvidosas foram feitas. Erros acobertados. Mas apesar disso, sobrevivemos. Vencemos a inflação. Conquistamos o respeito internacional. Não há como negar. Temos razões para agradecer.

A despeito de todo o progresso, ainda convivemos com algumas mazelas que carcomem nosso tecido social como um câncer. Já não podemos suportar tanta corrupção. Sentimo-nos envergonhados de fazer desta praga parte de nossa cultura. Até os românticos e idealistas se deixam vencer por seu assédio. Livra-nos, Senhor, de nossa maior vergonha. Não bastasse isso, ainde temos que conviver com a violência do dia-a-dia. Nossos jovens estão morrendo. Já não se sabe quem é mocinho, quem é vilão. Valores estão sendo negociados. Princípios promiscuidos. A sociedade se vê entorpecida, buscando o alívio de seus temores. Nossas meninas se tornaram em atração turística para gringos tarados que chegam em busca de prazer. Nossas festas são orgias a céu aberto. Nem nossas crianças escapam da maldade que, como dilúvio, inundam e soterram cada camada da sociedade.

Não podemos tapar o sol com a peneira. Se temos razões para agradecer, também temos para nos envergonhar. Avançamos, mas também regredimos.

Agora temos a oportunidade de eleger quem conduzirá nosso País e nossos Estados pelos próximos quatro anos. Muitos dos que pleiteiam esses cargos estão comprometidos com oligarquias, multinacionais poderosas, denominações religiosas famigeradas e interesses inconfessáveis. Alguns têm até boa intenção, mas não foram forjados para suportar as pressões que sofrerão, correndo o risco de ceder e trair seus ideais.

O quadro não é dos melhores, Senhor. Porém, Tu conheces o coração de todos eles. Tu sabes o que é melhor pra nossa gente sofrida. Embora nossos governantes sejam eleitos pelo voto, reconhecemos que é a Tua soberania que determina quem se elegerá. Tu estabeleces reis, e Tu mesmo os depõe. Decretas os fins, e estabeleces os meios. Por isso Te suplicamos, Senhor. Tem misericórdia do Brasil. Não permita que nosso povo se engane com a aparência ou com discursos vazios. Desvenda nossos olhos, Senhor!

Derruba os poderosos e exalta os humildes! Quebranta os fortes e dê vigor aos frágeis.

Perdoe nossa idolatria, nossa índole corrupta, nosso “jeitinho brasileiro”, nossa avareza, nossos preconceitos. Perdoe se fizemos de nossos apriscos verdadeiros currais eleitorais. Se negociamos os votos de nossas ovelhas. Se espalhamos mentiras sobre algum candidato para beneficiar a outro. Se atemorizamos os crentes para forçá-los a eleger candidatos compromeitos com nossa denominação. Perdoe nossa hipocrisia, nossa mesquinhez.

E seja quem for que se eleger, exerça com sabedoria e justiça o seu mandato. E que aqueles que usaram seu nome, profanando-o por interesses próprios, sejam envergonhados. E sobretudo, que os verdadeiros cristãos sigam dando testemunho de Teu amor e Reino, acolhendo e cuidando de quem mais necessita, denunciando o erro de quem oprime e explora, e anunciando o Evangelho da Salvação até que Tu voltes em Glória.

Oramos em nome de Teu Filho Amado Jesus.

Amém.


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Autor: Hermes C. Fernandes
Fonte: www.hermesfernandes.com

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

I ENCONTRO DA FÉ REFORMADA


É com muita alegria que, acontecerá o 1º Encontro da fé Reformada no Recife.
-REFORMA PROTESTANTE MOVIMENTO DE DEUS PARA GLORIA DO SEU NOME-
O evento é organizado pela igreja de Cristo conhecida como Reformada no grande
Recife. contaremos com o apoio da livraria Clire. que disbonibilizará seus títulos edificantes com descontos ótimos de 30% e alguns até com 40%.
maiores informações pelo Fone: 32233642/87297474/97162323
Divulguem e Participe!!!

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

O 8º Mandamento e a Pirataria


Algo comum em nossa nação (que segundo analistas deixou de ser um país
subdesenvolvido e agora é um país em desenvolvimento) é o consumo
desenfreado de material ilegal, ou como é mais conhecido, material pirata. Uma
caminhada rápida pelas principais ruas de nossas cidades demonstrará isso. São
inúmeros os “stands” de venda de CDs e DVDs ilegais. O interessante é que a
procura por tais produtos faz valer a oferta, de maneira que, tornou-se
praticamente impossível um combate eficaz contra esse tipo de prática.
Não obstante, não podemos restringir a questão da pirataria apenas às mídias
digitais. O problema é bem mais grave do que imaginamos. A pirataria está
plenamente enraizada e entranhada em nossos corações. Por exemplo, o
consumo de softwares “copiados” (leia-se “piratas”) é comum, roupas, bolsas
femininas, relógios e muitas outras coisas (vi uma reportagem sobre pirataria que
afirmava que até mesmo peças de avião já estão sendo pirateadas). Percebe-se,
que a pirataria tem se tornado um mal generalizado, presente em praticamente
todas as linhas de produto.
De que forma a igreja evangélica tem se postado em relação a isso? Infelizmente,
a grande maioria dos evangélicos, inclusive alguns reformados, tem capitulado e
se rendido aos encantos de material mais barato. Encontramos pontos de venda
de material pirata exclusivamente evangélico. Irmãos e irmãs, quando de suas
idas a São Paulo, são por demais frequentes em locais, como por exemplo, a
famigerada Rua 25 de Março. Também consumimos programas de computador
pirateados e achamos que está tudo normal. Baixamos músicas e filmes pela
internet sem o menor constrangimento. Nossa mente (nossa velha fábrica de
ídolos) é hábil em encontrar desculpas e justificativas reducionistas para nosso
comportamento pecaminoso. Dizemos coisas como: “César (o governo) impõe
sobre nós uma carga tributária abusiva!”, “Eu copio, mas não é para vender, e
sim para consumo próprio!”. Precisamos compreender que com tais desculpas
podemos até calar nossas consciências, porém, não enganaremos a Deus.
O consumo de material ilegal não recebeu a alcunha de “pirataria” por acaso.
Interessante é a explicação fornecida por Paul D. Simmons a este respeito:
A pirataria é (1) roubo ou tomada ilegal de bens no mar ou nas
margens do mar ou (2) o uso não autorizado ou apropriação de
obras com direitos autorais [...] No uso moderno, a pirataria se refere
a um tipo de roubo mais sofisticado. O comércio e a indústria usam
aparelhos patenteados sem autorização, peças musicais são escritas
por alguns e usadas como sendo de autoria de outros, e escritores
(incluindo teólogos) têm plagiado material escrito. Outros, sem a
mínima ética, publicam ideias colhidas de fontes não publicadas sem
mínima ética, publicam ideias colhidas de fontes não publicadas sem
dar crédito ao autor original. O desenvolvimento da informática e dos
meios de comunicação a ela associados (Internet, CDs e MP3s)
facilitou esse tipo de pirataria.
Então, entendamos que pirataria é roubo! E, sendo roubo, é uma flagrante
quebra do Oitavo Mandamento: “Não furtarás” (Êxodo 20.15). O Catecismo Maior
de Westminster, na resposta à pergunta 141, afirma que entre os deveres
exigidos pelo Oitavo Mandamento estão incluídos: “dar a cada um aquilo que lhe é
devido; restituir aos donos legítimos os bens tirados deles ilicitamente”. Pirataria é
negar ao dono de determinada obra aquilo que lhe é devido. É fazer uso ilícito
daquilo que pertence a outrem. Então, pirataria é roubo.
Adiantando possíveis objeções, é preciso afirmar que tal entendimento anda longe
de ser farisaico. Quando lembramos da exposição feita pelo Senhor Jesus Cristo
dos mandamentos do Antigo Testamento, podemos ver que, de fato, é assim.
Para que alguém se torne culpado da quebra do Sexto Mandamento (Não
matarás) não é necessário dar um tiro ou esfaquear alguém. Basta se irar sem
motivo ou proferir insultos contra ele (Mateus 5.21-26). Para que você seja
culpado de adultério não é preciso que tenha relações sexuais fora do casamento.
É suficiente olhar para outra pessoa com intenções impuras no coração (Mateus
5.27-30). De igual modo, para nos tornarmos culpados de roubo ou furto não
precisamos chegar ao cúmulo de tomar à força ou de forma oculta o que
pertence a outras pessoas. Basta fazer uso sem dar a quem de direito o que lhe
pertence.
É verdade que a carga tributária em nossa nação é altíssima. É verdade que
trabalhamos quatro meses apenas para pagarmos impostos. É verdade também
que não vemos o retorno dos impostos pagos em áreas como saúde, educação e
segurança. É verdade que nossos governantes usam nossos impostos de forma
fraudulenta. Porém, não é correto protestar contra isso cometendo pecado
contra a Lei do Senhor. Não podemos justificar nossos pecados fazendo uso dos
pecados do Estado. César toma o que é nosso? Sim, sem dúvidas! CDs e DVDs
originais são caros? Sim, com certeza! Porém, queridos Irmãos, também fomos chamados para sofrer como e por Cristo nesta área.
O Império Romano também era extremamente abusivo na cobrança de impostos.
No entanto, encontramos Jesus dando o exemplo e pagando os seus impostos
(Mateus 17.24-27). O mais interessante, é que Jesus não tinha nenhuma
obrigação de pagar tributo, porém, ele o fez para evitar escândalos (v. 27). Fomos
chamados para fazer a diferença também no que concerne ao uso correto e justo
de produtos originais. Fomos chamados pelo Senhor Jesus Cristo para seguirmos
os seus passos dizendo “Não!” à pirataria em suas variadas formas. Fomos
chamados para imitarmos o exemplo dos cristãos primitivos, que aceitavam com
alegria o espólio dos seus bens. E a razão que os levava a agirem assim, era a
certeza de possuírem no céu patrimônio superior e durável (Hebreus 10.34).
Obedeçamos ao ensinamento de Cristo: “Daí a César o que é de César e a Deus o
que é de Deus” (Marcos 12.16).
Que possamos refletir seriamente a este respeito. E que o Senhor nos conduza
ao arrependimento!
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Fonte: Blog cristianismo reformado.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Liturgia na tradição Reformada



Características
1. Objetividade
No entendimento de Calvino, o culto tem o objetivo principal de glorificar a Deus. Todos os elementos da liturgia — leitura, oração, canto, sacramento, sermão — combinam-se para dar voz a uma grande doxologia oferecida pelo seu povo.
Calvino rejeitou os outros conceitos do culto, correntes em sua época:
a) O da Igreja Medieval, para a qual a liturgia servia como meio de obter graça e perdão. Calvino ensinou que a graça e o perdão já foram alcançados para nós pelo sacrifício de Cristo. A congregação se reúne, não para obter graça , mas para celebrar com gratidão o dom gracioso da salvação, concedido por Deus aos que crêem;
b) O dos Anabatistas, os quais argumentavam que a finalidade do culto é proporcionar ânimo e conforto espiritual ao indivíduo. Calvino contestou esta posição por ser uma inversão do objetivo do culto, centralizando-o nos sentimentos do crente, ao invés de dirigi-los ao criador. O culto reformado não é subjetivo, com ênfase nas emoções religiosas do indivíduo. É a glória de de Deus que buscamos no culto, e esta em primeiro lugar. O nosso próprio benefício espiritual é um dos frutos que resulta da adoração a Deus. A comunidade cristã se reúne para render ao Senhor “a glória devida ao Seu Nome”
2. Ênfase na Palavra do Evangelho
É na Palavra do Evangelho que Deus se revela a seu povo: a) nas leituras das Escrituras Sagradas; b) no sermão; c) na Santa Ceia, em que a mesma Palavra é comunicada por outra maneira.
3. Ênfase no sacramento da Santa Ceia – Calvino insistia em que a santa Ceia devia ser celebrada todos os Domingos – (Institutas, IV, XVII, xliii). João Knox também deu a mesma importância ao Sacramento. A mesa da Ceia era o ponto central no templo (não o púlpito e nem tão pouco um altar), o ministro dirigindo o culto da mesa, subindo para o púlpito apenas para ler as Escrituras e para pregar. Em Genebra , os participantes sentavam-se à volta da mesa para tomar a Ceia do Senhor.
Para Calvino, o ponto culminante da liturgia é o Sacramento.
4. Continuidade com o passado
A liturgia não era uma “reforma” feita na Missa; era o reestabelecimento do culto da Igreja Primitiva, sem as perversões da Idade Média.
O Instrumento com que Calvino contou para efetuar a restauração do culto da Igreja Primitiva foi o Saltério. Nos Estatutos relativos à Organização da Igreja e do Culto em Genebra (1537), Calvino escreveu: “Desejamos que os Salmos sejam cantados na Igreja de acordo com o uso da antiguidade e o testemunho de São Paulo. O canto dos Salmos nos estimula a levantar os nossos corações a Deus”. Juntamente com os Salmos, foram cantados também os credos dos primeiros séculos da Era Cristã, o Decálogo, o Nunc Dimitris e outros hinos do Novo Testamento – todos metrificados. O culto Reformado não era inovação baseada na invenção dos reformadores; tinha profundas raízes no passado nas liturgias do antigo Israel e na Igreja Católica primitiva.
5. Ênfase na participação de todo o povo
Através dos hinos todo o povo de Deus participava na liturgia. Não era um coro de vozes treinadas, que cantava para uma assistência; era a congregação de Jesus Cristo, que cantava para o louvor e a glória de Deus.
6. “Faça-se tudo decentemente e com ordem” (I Coríntios 14:40)
A liberdade dentro dos princípios do Cristianismo Primitivo evitava por um lado, o formalismo de ritos mortos, e portanto, o relaxamento que se observa em muitas igrejas, onde qualquer “salada” seve para o culto e onde não existe qualquer senso de liturgia.
Calvino insistiu em que houvesse liberdade disciplinada, na liturgia do culto.
7. Liturgia em função da Transformação da Igreja e da Sociedade
É importante notar que para Calvino, dar glória a Deus significava muito mais do que entoar louvores no templo aos Domingos. Para ele, significava permitir que o Espírito Santo transformasse a vida individual e coletiva de tal forma que atingisse todos os seus aspectos religiosos, familiares, sociais, políticos, culturais, para se tornarem um grande salmo de louvor a Deus.

Fonte: apostila de palestra sobre Ano Cristão, Liturgia Reformada e Cores Litúrgicas, autor desconhecido

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Meditação – 10 motivos e 10 métodos



Dez motivos para a meditação

Eis dez razões por que você deveria fazer da meditação na Escritura parte da sua vida cristã.

1. A meditação detém o pecado
Se guardarmos a Palavra de Deus no coração ela deterá o pecado na sua raiz (Sl 119.11).

2. A meditação dá início ao bem
A meditação acerca de mandamentos e exortações práticas da Bíblia lembra-nos os nossos deveres cristãos. Aquilo em que pensamos é o que finalmente fazemos (Pv 23.7).

3. A meditação guia e renova a oração
A meditação nos versículos da Escritura abre novos tópicos e áreas para a oração.

4. A meditação faz da falta de sono uma bênção
O salmista transformou a horas “perdidas” da insônia num banquete que sacia a alma (Sl 63.5-6).

5. A meditação não desperdiça tempo
É mais proveitosa do que, digamos, assistir tevê, e fará você mais feliz (Sl 1.1-3).

6. A meditação lhe deixa pronto para testemunhar
Ao enchermos o coração com Deus e sua Palavra estaremos mais bem preparados para responder a todos que pedirem a razão da esperança que há em nós (1Pe 3.15).

7. A meditação auxilia na sua comunhão com outros
Você pode edificar outras pessoas na comunhão com elas, podendo sugerir um versículo para discussão e apresentar algumas ideias a respeito dele.

8. A meditação aumenta a comunhão com Deus
Deus encontra-se com o seu povo mediante as Escrituras. Quem nunca medita na Escritura jamais se encontrará com Deus e caminhará com ele.

9. A meditação revive a vida espiritual
“Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz” (Rm 8.6).

10. A meditação tem ainda muitos precedentes e exemplos bíblicos (Sl 19.14; 39.3; 77.12)
“Seja-lhe agradável a minha meditação; eu me alegrarei no SENHOR” (Sl 104.34)

Dez Métodos de meditação

1. Limite-se
— Para começar a praticar a meditação, separe não mais do que cinco ou dez minutos
— Comece com um único versículo ou parte de um versículo

2. Varie
— Em alguns dias, escolha um versículo teológico; em outros, um texto prático ou devocional

3. Escreva
— Escreva o texto num cartão pequeno
— Coloque-o num lugar onde possa acessá-lo regularmente (carteira ou bolso?)

4. Memorize
— Memorize o texto em blocos de duas ou três palavras
— Diga-o em voz alta
— Defina momentos específicos ao longo do dia para relembrar o versículo (café/refeições)

5. Mantenha o foco
— Identifique as palavras-chave e procure-as num dicionário (português ou Bíblia)
— Substitua algumas palavras por significados paralelos ou mesmo opostos

6. Questione
— Pergunte ao versículo (quem, o quê, onde, quando, por quê, como?)

7. Explique
— Como você explicaria o versículo a uma criança ou a alguém sem formação cristã

8. Ore
— Use o versículo ao orar (adoração, confissão, graças, súplicas)

9. Revise
— Guarde os cartões e todo domingo releia-os e teste sua memória acerca deles

10. Pratique
— Que não seja apenas um exercício intelectual, mas que leve à prática (creia, arrependa-se, tenha esperança, ame, etc.)

Postado por Madson Marinho


Autor: Dr. David Murray
Fonte: Head Heart Hand
Tradutor: Marcos Vasconcelos
Imagem: Afonso Matias

Confissão de pastor


Ó DEUS,
Reconheço que muitas vezes faço a tua obra sem o teu poder,
e peco por causa do meu culto morto, frio e cego;
por causa da minha falta de luz interior, amor e deleite;
por causa da minha mente, coração e língua movendo-se sem o teu auxílio.
No meu coração vislumbro o pecado ao buscar a aprovação dos outros;
É essa a minha vileza, ter na opinião dos homens a minha regra, ao passo que
deveria contemplar o bem que tenho feito,
e dar-te glória,
considerar o pecado que tenho cometido e lamentar por ele.
A minha fraude diária é pregar, e orar,
e estimular os sentimentos espirituais dos outros
para auferir louvores,
quando a minha regra deveria ser considerar-me diariamente mais vil
que qualquer outro homem a meus próprios olhos.
Nada obstante tu mostras o teu poder mediante a minha fraqueza,
de tal modo que quanto mais débil sou, tanto mais apto estou para ser usado,
pois tu armas uma tenda de graça na minha fraqueza.
Ajuda-me a me regozijar nas minhas fraquezas e te louvar,
a reconhecer as minhas deficiências diante dos outros
e não ser desencorajado por eles,
para que possam enxergar a tua glória mais claramente.
Ensina-me que eu tenho de agir mediante um poder sobrenatural,
pelo qual posso tentar realizações acima da minha força,
e suportar males acima do meu poder,
agindo por Cristo em tudo, e
tendo o seu poder superior para me socorrer.
Que eu aprenda de Paulo
cuja presença era fraca,
cuja fraqueza era grande,
cuja palavra era desprezível,
mas tu o consideraste fiel e bendito.
Senhor, deixa que me ampare em ti, assim como ele,
e reconheça que o meu ministério é teu.

postado por Madson Marinho

Fonte: The Valley of Vision, a collection of puritan prayers & devotions, org. Arthur Bennett, p.187
Tradutor: Marcos Vasconcelos